Mulher presa era namorada de executor e responsável por monitorar o
militar
Leonardo Ferreira Lima, funcionário da Infraero, é o acusado de
encomendar o crime. A motivação seria ciúmes de uma mulher com quem já teria se
relacionado.
A
Polícia do Piauí já prendeu sete envolvidos no assassinato do cabo do Bope,
Claudemir Sousa, de 32 anos, morto a tiros na noite dessa terça-feira (6), ao
sair da Academia Adrenalina, no bairro Saci, zona sul de Teresina.
O
policial foi morto quando subia em sua motocicleta, em frente à academia. Os
suspeitos chegaram a tomar sorvete ao lado da academia enquanto esperavam a
vítima sair do campo de visão das câmeras de segurança do estabelecimento para
evitar imagens do assassinato.
Na
tarde de ontem foi preso Flávio Willame da Silva, um dos responsáveis por
efetuar os disparos contra Claudemir. Em depoimento feito depois da prisão ele
afirma que cumpria pena na penitenciária de Pedrinhas no Maranhão e confessa,
em vídeo feito pela PM, sua participação no assassinato.
De
acordo com o capitão Silas, da Companhia Independente do Promorar, o acusado
estava na casa de uma tia. “Recebemos a denúncia que ele estava na casa de uma
tia aqui mesmo no Promorar e quando fomos ao local constatamos que era verdade.
Ele foi preso e confessou que participou do crime. Ele receberia R$ 5mil para
matar o cabo da PM”, comenta.
“Passei
sete meses por receptação sai com dois meses. Eu não sabia que ele era
policial. Se eu soubesse eu não faria. Eu estava com um 38 atirei no policial e
o Marlon terminou o serviço”, afirmou.
Flavio
revelou que ele e Marlon, que usa tornozeleira eletrônica, foram os responsáveis
por tirar a vida de Claudemir Sousa.
Flavio
também foi o responsável por confirmar a participação da mulher identificado
como Thais.
Thais
Monait Meris de Oliveira foi presa na noite de quarta-feira (7). Ela é namorada
de Flávio Willame, um dos executores e é acusada de participar dando
informações de quando Claudemir sairia da academia para que o bando cometesse o
crime.
De acordo
com o delegado Genival Vilela, ela nega a participação no crime e confirma
apenas que estava no bairro Saci na noite do crime em um bar com Flávio.
Thais se
apresentou a um policial militar na noite de ontem e foi encaminhada para a
sede da Greco, especializada responsável pela investigação.
Com a
prisão de Thais sobe para sete o número de pessoas envolvidas no crime contra o
Cabo da PM. Todas foram presas em menos de 48horas após o crime. A polícia
ainda mantém as diligências devido a suspeita de participação de mais pessoas.
Crime
planejado
A polícia
não tem dúvidas que o assassinato do policial tenha sido minuciosamente
planejado ao longo de dois meses. Leonardo Ferreira Lima, funcionário da
Infraero, é o acusado de encomendar o crime. A motivação seria ciúmes de uma
mulher com quem já teria se relacionado.
“O que
nós já apuramos foi que o mandante conheceu o agenciador (taxista) por meio de
uma amizade adquirida com um vigilante do aeroporto de Teresina, e por meio
dessa amizade chegaram aos executores”, afirmou Abreu.
Monitoramento
eletrônico
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PM Claudemir
Sousa
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A polícia
conseguiu chegar rápido aos envolvidos devido à participação de Wesley Marlon
Silva, que estava sendo monitorando por uma tornozeleira eletrônica. Com essa
informação, a polícia acionou imediatamente a Secretaria de Justiça, que deu a
localização de Wesley. Após sua prisão, ocorrida no bairro Promorar, a PM
chegou aos demais suspeitos de envolvimento no crime.
A gerente
da Central de Monitoramento Eletrônico, Paula Barbosa, explica que, após a
solicitação da polícia, a Secretaria de Justiça prestou todas as informações
relativas ao percurso do monitorado e acompanhou o processo, junto com PM, até
que a prisão de Wesley fosse efetivada.
“Entendemos
que, embora o sistema de monitoramento funcione para a sua finalidade, ou seja,
cumpra com seu papel de monitorar a localização e se a medida está sendo
cumprida, é preciso que os critérios sobre que tipo de pessoa deve receber a
medida sejam mais rígidos”, observa Paula Barbosa.
De acordo
com a Central de Monitoramento Eletrônico, Wesley Marlon Silva estava no
sistema de monitoramento eletrônico desde o dia 17 de outubro deste ano. O
sistema de monitoramento eletrônico é feito através de GPS e GPRS.