Índice
que considera governo negativamente sobe de 39% para 46%; desaprovação à
maneira do presidente governar salta de 55% para 64%
BRASÍLIA-
A avaliação negativa do governo do presidente Michel Temer (PMDB) aumentou para
46% em dezembro, segundo pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional
da Indústria (CNI) e divulgada nesta sexta-feira, 16. No levantamento anterior,
realizado em setembro e divulgado em outubro deste ano, o porcentual dos que
avaliavam o governo como ruim ou péssimo era de 39%.
A
avaliação positiva do governo, por sua vez, oscilou de 14% para 13% entre
setembro e dezembro. O índice de pessoas que consideram a gestão Temer regular
também oscilou levemente para 35% em dezembro ante 34% na última pesquisa. Os
que não souberam ou não responderam sobre a avaliação do governo representaram
6% dos entrevistados em dezembro, ante 12% em setembro.
A
aprovação pessoal de Temer também piorou, com uma queda de nove pontos
porcentuais. O levantamento atual mostra que 64% dos entrevistados disseram
desaprovar a maneira do presidente governar. Em setembro, esse porcentual era
de 55%. Já os brasileiros que aprovam a forma como o presidente administra o
País oscilaram de 28% para 26% desde setembro. Outros 10% não sabem ou não
responderam essa questão em dezembro, ante 17% em setembro.
A
confiança da população em Temer também diminuiu. Em dezembro, 23% dos
entrevistados disseram confiar no peemedebista, queda de três pontos
porcentuais em relação ao levantamento de setembro (26%). Ao mesmo tempo, o
porcentual dos que não confiam no presidente aumentou de 68% para 72% entre as
duas pesquisas. Os que não sabem ou não responderam essa questão foram 5% em
dezembro, ante 6% em setembro.
Temer x
Dilma
A
pesquisa traz ainda a comparação da administração Temer com o governo da
presidente cassada Dilma Rousseff (PT). Em dezembro, o porcentual dos que
avaliaram que o governo Temer é melhor do que o da petista diminuiu para 21%,
ante 24% em setembro. Ao mesmo tempo, os que consideram que o governo Temer é
pior do que o da petista aumentaram de 31% para 34% entre as duas pesquisas.
Para 42% os dois governos são iguais, ante 38% na pesquisa anterior. Outros 3%
não sabem ou não responderam em dezembro, ante 7% em setembro.
A
perspectiva para o restante do governo Temer também piorou, segundo a pesquisa.
Aqueles que acreditam que a perspectiva é ruim ou péssima aumentaram de 38%
para 43% entre setembro e dezembro, enquanto os que preveem que o governo será
ótimo ou bom diminuíram de 24% para 18%. Os que preveem que o governo Temer
será regular oscilaram de 30% para 32% dos entrevistados. Outros 7% não
souberam ou não responderam em dezembro, ante 8% na pesquisa anterior.
A
pesquisa Ibope/CNI foi realizada de 1º a 4 de dezembro, antes do vazamento da
delação premiada do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio
Melo, em que ele citou Temer e ministros do governo. O levantamento ouviu 2.002
pessoas em 141 municípios. A margem de erro é de 2 pontos e o nível de
confiança, 95%.
Recortes
A
pesquisa mostra ainda que neste período a popularidade de Temer caiu mais entre
os brasileiros com renda elevada e com educação superior.
Entre os
entrevistados com renda familiar superior a cinco salários mínimos (maior faixa
da pesquisa), a avaliação ruim ou péssima do governo foi de 16 pontos
porcentuais (33% para 49%), ante os sete pontos porcentuais do resultado geral.
Segundo a
CNI, esse aumento deve-se tanto à redução dos indecisos entre essa faixa
salarial, como à redução dos que avaliam o governo como regular e ótimo ou bom.
Em setembro, esse grupo apresentava a melhor avaliação do governo, com maior
porcentual de ótimo ou bom (20%) e o menor de ruim ou péssimo (33%).
A
pesquisa mostra ainda que a insatisfação de Temer aumentou entre os
entrevistados com educação superior. Entre setembro e dezembro, o porcentual de
entrevistados com esse grau de instrução diminuiu cinco pontos porcentuais (de
18% para 13%). No resultado geral, que engloba todos os graus de instrução,
esse porcentual oscilou de 14% para 13%.
O
levantamento também mostra que, apesar de também apresentar crescimento na
insatisfação, os residentes da região Sul continuam sendo os que melhor avaliam
o governo Temer, enquanto os do Nordeste têm a pior avaliação. Para 20% dos
moradores do Sul, o governo é bom ou ótimo, enquanto no Nordeste esse
porcentual é de 9%.