O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar uma nova denúncia
contra o presidente Michel Temer em menos de duas semanas. Procuradores já
estão redigindo a acusação, que está em estágio avançado, e a expectativa é
concluir os trabalhos em menos de 15 dias.
Segundo
fontes, ainda não está definido se a denúncia será pela prática de um crime
apenas, de obstrução de Justiça, ou se também incluirá o crime de organização
criminosa. Procuradores ainda avaliam qual a melhor estratégia jurídica para
abordar as duas condutas.
Se os
crimes forem tratados de forma separada, pode ser que haja tempo hábil para apresentar
apenas uma segunda denúncia, e não uma terceira, até o fim do mandato de Janot.
Investigadores afirmam que as acusações só serão feitas quando estiverem
devidamente “maduras”.
A
delação do operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro, assinada na terça-feira,
será um dos elementos usados na denúncia, e poderá embasar tanto acusações por
obstrução de Justiça quanto organização criminosa. No acordo, Funaro detalhou
supostos crimes que teriam sido cometidos pelo grupo político mais próximo de
Temer.
Também
havia uma expectativa de que o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), pudesse fechar um acordo de delação antes do envio da segunda
denúncia contra o presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mas as
negociações entre Cunha e a Procuradoria-Geral da República (PGR), reabertas
recentemente a pedido da defesa, caminham mal, de acordo com fontes que
acompanham o caso. O motivo é que Cunha, preso em Curitiba, estaria fazendo
exigências demais para fechar o acordo, o que teria desagradado os procuradores
novamente.